sexta-feira, 15 de outubro de 2010

KALÓS KAI AGATHÓS DIONISOS


Há ecos profundos nas margens do corpo,
Dissimulação de ossos onde fraturas revelam o enigma
Brancas mãos esculpem o rosto que lanço no fogo
Ao redor do corpo danço, e exalto Guernica

Há incêndios de noite que amam a cortesia
Lembranças de máscaras que perduram nos dias
Torno-me corpo d'água em mistérios de maresia
A atracar no meio de tuas coxas vadias
A nau que ofereço cortesias

Ah bela bacante, comedora de carnes cruas
Aproxima-te da loucura do teu Dionisos
E ainda fresca, com todo furor de tuas artes nuas
Renda-me prazeres pois na máscara deixei os sorrisos

Se na coxa de Zeus surgi para Hesíodo como deidade,
No vinho surgi para tebanos e áticos como anfitrião de insanidades
Deus das metamorfoses, da loucura, das máscaras e do teatro
Entre as Fúrias e as Mênades, talvez um meio termo bárbaro e austero,
Ao mesmo tempo homem e mulher de incongruentes vontades
O belo Dionisos, um duplo melhor que Homero.


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