Dos fatos e atos falhos, uma consumação extrema, disse alguém! O Projeto Dalai Lama Ao Caos nasceu das fomes e das sedes de sujeitos vocacionados para o flerte com o caos e com as fúrias da revolução libertária. Desconstruindo máscaras e mitos, nascemos, ungimos e pactuamos as rupturas com os sistemas opressores e mediocres da sociedade 'burrocrática' e parasitária brasileira. Um espaço de resistência sim, mas sobretudo um lugar não-comum de manifestações de DEVANEIOS DESCONCERTANTES.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
KALÓS KAI AGATHÓS DIONISOS
Há ecos profundos nas margens do corpo,
Dissimulação de ossos onde fraturas revelam o enigma
Brancas mãos esculpem o rosto que lanço no fogo
Ao redor do corpo danço, e exalto Guernica
Há incêndios de noite que amam a cortesia
Lembranças de máscaras que perduram nos dias
Torno-me corpo d'água em mistérios de maresia
A atracar no meio de tuas coxas vadias
A nau que ofereço cortesias
Ah bela bacante, comedora de carnes cruas
Aproxima-te da loucura do teu Dionisos
E ainda fresca, com todo furor de tuas artes nuas
Renda-me prazeres pois na máscara deixei os sorrisos
Se na coxa de Zeus surgi para Hesíodo como deidade,
No vinho surgi para tebanos e áticos como anfitrião de insanidades
Deus das metamorfoses, da loucura, das máscaras e do teatro
Entre as Fúrias e as Mênades, talvez um meio termo bárbaro e austero,
Ao mesmo tempo homem e mulher de incongruentes vontades
O belo Dionisos, um duplo melhor que Homero.
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