quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sobre Tudo Em Devaneios



Boas noites parceiros (nem todos sexuais, se me lembro bem),
 
O que eu faço com tudo isso, com tudo isso que a gente é?!
Acho que já entrei na dança, mas é mais do que a hora de convulsionarmos os campos sistemáticos de nossa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro com a manifestação de alguma arte ou pulsão de vida que se torne potência de revoluções!
Sem querer desistir, sem querer empurrar por aí pedaços de papel rasgado em cima de uma mesa de bar, sem corações partidos em frente a uma carta de amor, o que quero é a ação nomada de cada um de nós: um ato, um manifesto, uma canção, uma PERFORMANCE, uma fala,  uma despedida convincente de afeto, encenação cínica e cênica da existência,
uma ascensão completa de corpos que se encontram por aí. Temos cartas em gavetas, pinturas em pastas, fotografias em acervos digitais, tornemos essas marcas de nossos corpos tatuados em herança tardia para essa geração orkutiana e barata que se configura pelos buracos dessa cidade! Uma Arte Total a perambular pelas ruas esboçadas por aí (mas não se percam por aqui, não por aqui), filha e mãe de sujeitos libertários e vadios que se perdem pelas madrugadas das sujas palavras. Quem sabe nos encontramos num dia, na Lapa, no Arpoador, em São Tomé das Letras, em Lumiar  ou nas cachoeiras que falam conosco de Santo Antonio de Bocaina. Ambos a escolher e a querer tudo sem desistir, a mexer os alicerces tacanhos de nossa medíocre formação cultural, humana e sexual brasileira!
Cheguemos fundo, bem fundo, camaradas, ao orgasmo encontrado por aí, lado a lado das alagadas ações dos bastidores - Ato, Forma, Ação, Mundo, Largado, REVOLUÇÃO e LIBERTAÇÃO! Cabelos Molhados!
Sinto falta de uma cidade mais engajada em movimentos de devaneios, utopias culturais e sexuais! Uma localidade plural e total, construída por bravos sujeitos que se entregam às lutas da revolução libertária, armados ou não com manifestos, flores, panfletos, tintas, idéias, performances, ou com o próprio sexo que se mostra e lidera uma crise contra os ditâmes preconceituosos de nossa medíocre formação sexual brasileira.
Onde está o Senzala? Radiola na Praça? Tá na Rua se burocratizou e Nós do Morro viaja ao exterior?!
Ah, onde está a Sociedade Alternativa que transformaria os corpos em campos virtuais de liberdade?!
Manifestemos, pois, nossas vontades e sangrias desatadas por rebeliões e devaneios poético-libertários em cartas marcadas num jogo roubado, irmãos-vadios a transgedir os abrigos burocráticos do sistema e o às de todo baralho!
E o que faremos com as fomes de nossos corpos vorazes por arte, sexo e toda sorte de re-descobertas sensoriais, em ascensão febril de desejo?  O que fazer com tudo isso que a gente é?
Honrando os passo de nossos delírios, seremos coroados pelo deus estranho das máscaras, do devaneio, da loucura e do teatro!
À Dioniso e a todos os poetas, aos artistas boêmios, aos músicos errantes e aos revolucionários de todas  as origens e etnias. Sejamos campos virtuais de libertadade em contradança ao sistema opressor das culturas e das sociedades, uma contra-resposta ao lirismo tacanho das academias! Façamos nossa arte 'errante', pois o incômodo é o início do manifesto!Sejamos uma carta marcada de jogo roubado, moleque da rua, moleque do mundo, moleque do espaço, como diz Raul Seixas! Amo a tudo e a todos aqui, não mais que aqui!
Amor e revolução no coração de todos os homens,
Caio Di Palma

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