Fui homem um dia?
Não sei, realmente não sei,
- É Parasceve, a Cheia de Graça, diz-me
Desce até à cidade vegetal!
Estávamos ali
No meio do jogo
Os cigarros a rasgar o escuro
Feito dois demônios de olhos incendiados
Estranhos cravados no espaço,
Um silêncio e o vazio nu
Um branco súbito
A dança de nossos lábios
Ainda inseguros, de lado
Poderei amar um dia?
Preciso de uma lâmpada mágica
Sarar as marcas
As cicatrizes, os despachos,
Os processos
Por enquanto basta!
Arrasto pelos buracos os corpos que almejo.
Nadar por alguns minutos as tramas
Trar-me-á mais desejo?
Vadia, puta
marginal delinqüente
Que rasgo nas noites
Fodo um rosto largo
e um sorriso faz-me anjo
Onde estou,
basta por hoje!
Sou sombra e fuligem
Desgaste e muita chuva,
Bilhões de neuras de artistas pelo buraco!
Eia, rosto em lama e escárnio que sempre trago
No maço de cigarros um chumaço
Ópio das cirandas mudas,
Não mais telepáticas
Sinto falta do homem
que poderia ter sido,
Do mártir que acreditei ter vivido
Para alguns
somente brumas
palácios indefinidos
Trago lâminas, machos,
odor e muito aço
mas confesso que estou cansado!
Dos fatos e atos falhos, uma consumação extrema, disse alguém! O Projeto Dalai Lama Ao Caos nasceu das fomes e das sedes de sujeitos vocacionados para o flerte com o caos e com as fúrias da revolução libertária. Desconstruindo máscaras e mitos, nascemos, ungimos e pactuamos as rupturas com os sistemas opressores e mediocres da sociedade 'burrocrática' e parasitária brasileira. Um espaço de resistência sim, mas sobretudo um lugar não-comum de manifestações de DEVANEIOS DESCONCERTANTES.
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