Dos fatos e atos falhos, uma consumação extrema, disse alguém! O Projeto Dalai Lama Ao Caos nasceu das fomes e das sedes de sujeitos vocacionados para o flerte com o caos e com as fúrias da revolução libertária. Desconstruindo máscaras e mitos, nascemos, ungimos e pactuamos as rupturas com os sistemas opressores e mediocres da sociedade 'burrocrática' e parasitária brasileira. Um espaço de resistência sim, mas sobretudo um lugar não-comum de manifestações de DEVANEIOS DESCONCERTANTES.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
TORNO-ME GRIÔT OU PALATO-ME EM MOSAICOS
Torno-me griôt ou
Palato-me em mosaicos
Horizontino-me em matérias
Quando saltam mares, heróis
Dragões e brasões
Nas quase sereias palavras
Do verbo encantado
Em homéricas Odes
Na oralidade banto
Durmo no chão com a linguagem-máscara
Com minha trova a dançar nas línguas
Dos marinheiros bonitos fiz nascer
Espumas brancas e Cantores de Leitura
Quem amará Odisseu,
Se com o canto
Encanto o espanto primeiro?
Phainonmenon ou Teogonia DiCaioPólis?
Torno-me griôt ou
Palato-me em mosaicos
Fiz minha cama de noivo
No decurso silencioso de um poema
A engravidar o silêncio com a lonjura dos sons
A imaginar o missosso que vem da Sebe ao Ser
Homens de Prometeu,
Tambores de Hécate, Caliope e Aruanda
Mnemosyne sofisma-me com éthos
A hybris desmedida de Penteu e Dioniso
Por Eros e Psique,
Não cantemos mais a funesta cólera de Aquiles
Nem digo que se cale tudo que a antiga Musa canta
Pois há um varão entre vós que sabe o que encanta
Antilhas marítimas em herbáreos de livros
Antuérpia perdida por entre cátaros e beguinas
A alquimia do ardente texto Cantileno
Depois dos pregos na erva,
Missangas do pássaro encantado, um ente
Torno-me griôt ou
Palato-me em mosaicos
Meu mártir enfeitiçado se arrebata por aqui
Em tempestades-fúrias marcado de paixão
Ébrio e errante amante, o senhor de Herbais,
Carnavaliza no peito duas combustões
O beijo do falcão a conjurar a dança do leão
Se de chão em chão
Mostro que a vida é sonho em ode tribal
De grão em grão penetro a jornada do homem louco
Por amar um cão, por amar um arbusto
Por amar um anjo, a imagem perseguida pelo texto
E depois dessa geografia de rebeldes,
Cantemos todos os restos que nos foram esquecidos
A restante vida, a imagem perdida da batalha
Descobrindo que o início de um texto é precioso
Aqui, desbravo vertigens no calejado peito
Conto na roda o cantar do beija-flor
Encantado por tantas flores,
Falando grego com a sua imaginação,
Associo-me à Comunidade que me convocou
Censurando a música que tanto amou
Torno-me griôt ou
Palato-me em mosaicos
O beijo do falcão a conjurar a dança do leão
Sou Finita, largura do tom
(Caio Di Palma)
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